terça-feira, 29 de março de 2011

Bobo da Corte

O que fez da tua vida bobo da corte?
Alegrou pessoas de dia e chorou nas alcovas à noite?
Pintou o rosto escondendo as escaras do tempo?

Agora morre sozinho, no triste vazio do escuro... os dias de luz se foram.
Não se cansa de brincar com os castelos de areia, frágeis, ilusórios;
aqueles onde a onda vem e leva tudo de uma vez só.

Por que não amou a si mesmo? Já que no leito da morte a única pessoa
com que pode contar é a que está homenageada na sua lápide?

quinta-feira, 17 de março de 2011

Papel Machê

O pior de deixar de acreditar nas pessoas é imaginar que você é feito da mesma matéria.
São os mesmos gostos, os mesmo anseios, o mesmo egoísmo, a mesma raiva, a mesma falsidade, os mesmos beijos forçados, orgasmos fingidos, disfarçados em peles diferentes.
Não é na lua que os lobisomens aparecem, mas no raiar do sol interno. Demonstrando o quão podre somos por debaixo da casca.
É o único elo que nos une, vamos celebrar! Somos pura podridão por debaixo das máscaras de papel machê.