quarta-feira, 8 de maio de 2013

Saudades de mim,
quando eu não era eu.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Amigos da neve


Amigos da neve; brancos! Como bonecos de cera.
Não respiram... não expiram...
O coração não bate, a garganta não fala.

Melhores que os espantalhos amarelos, de braços
abertos no sol escaldante espantando os corvos...
Deixe os corvos, só querem se alimentar do milho farto,
da arrogância precoce e da falsidade verossímil.

A decepção com os corvos já se foi há muito...

Bem antes de conhecer os amigos da neve.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Teorema Gramatical


O substantivo vira adjetivo;
na procura de um objetivo
que não seja apenas subjetivo.
 
Que tenha continuidade, algo afirmativo,
exclamativo, esqueçamos o interrogativo!?
 
Sei que por trás dessas rimas pobres
existe um sentimento bem mais contemplativo,
interativo ... pulsativo.
 
Com certeza é a saudade de tudo que passou,
e que pra sempre vai ser superlativo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Inspiração


A inspiração acabou, fugiu, se foi. Toda mentira que um dia era sonho, virou pesadelo da verdade, de verdade. A gente se vira pra dentro e vê que não faz parte mais do mundo juvenil; é uma brincadeira tão séria, tão cheia de regras que nem dá vontade de brincar, melhor ser café com leite ou quem sabe o dono da bola.
Queria de novo a inspiração que nos faz brincar de pensar; um pensamento tolo, mas produtivo; uma inocência que não te leva há lugar algum, mas que no fundo faz você crer que chegou no topo do mundo. Onde está minha inspiração?

segunda-feira, 4 de junho de 2012

primeiro decreto proibitivo

- doravante,
proibe-se a tristeza,
aquela que não procede do amor;
as que não agonizam
em leitos deserdados
nem para o conforto de
aflitas almas marcadas.

- proibe-se a tristeza de alegrias,
- estas alheias do coração.
Proibe-se os olhos de chorar,
as flores de florir a nova primavera
(hibernada em mim)

- doravante: - é proibido ser triste
a não ser de amor proibido de amar.

Francisco José Barbosa

A vida

Nasci...
Fui feliz, fui feliz, fui feliz...
Fui triste, fui feliz, fui triste, fui feliz...
Sou triste, sou triste, sou feliz, sou triste...
Serei feliz, serei triste, serei triste...
Morri.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Asas


Estradas que não se cruzam mais, portas que se fecham sem abrir janelas. Volto pro casulo de onde deveria ter ficado, vivendo as fantasias de lagarta. Asas não são para qualquer um, menos ainda para os sonhadores.

sábado, 28 de abril de 2012

Preocupa-se

Preocupa-se. Tudo é a mesma forma, a mesma lembrança... Até a brisa fria desses dias de abril, toma emprestado o brilho dos seus olhos verdes; só para trazer a saudade das vezes em que me incomodou tão suavemente.

terça-feira, 29 de março de 2011

Bobo da Corte

O que fez da tua vida bobo da corte?
Alegrou pessoas de dia e chorou nas alcovas à noite?
Pintou o rosto escondendo as escaras do tempo?

Agora morre sozinho, no triste vazio do escuro... os dias de luz se foram.
Não se cansa de brincar com os castelos de areia, frágeis, ilusórios;
aqueles onde a onda vem e leva tudo de uma vez só.

Por que não amou a si mesmo? Já que no leito da morte a única pessoa
com que pode contar é a que está homenageada na sua lápide?

quinta-feira, 17 de março de 2011

Papel Machê

O pior de deixar de acreditar nas pessoas é imaginar que você é feito da mesma matéria.
São os mesmos gostos, os mesmo anseios, o mesmo egoísmo, a mesma raiva, a mesma falsidade, os mesmos beijos forçados, orgasmos fingidos, disfarçados em peles diferentes.
Não é na lua que os lobisomens aparecem, mas no raiar do sol interno. Demonstrando o quão podre somos por debaixo da casca.
É o único elo que nos une, vamos celebrar! Somos pura podridão por debaixo das máscaras de papel machê.